sexta-feira, 17 de abril de 2009

13/08/05


...Existe um texto que precisa ser dito. Palavras que precisam ser explodidas. Mas percebi - e o óbvio às vezes se camufla em descoberta - que meus textos carregam sempre recados sobre o meu querer confuso.Preciso te dizer.O texto vai ser dito e as palavras vão explodir. Eu me conheço e sei que não suporto a angústia do querer dizer.As notícias são simples. Estou melhor.Não tenho pensado tanto. Em você. E não deveria pensar em você. Espero ter compreendido com clareza e lucidez o quanto é importante caminhar sem te cuidar mais do que necessitas. Mais do que eu suportaria. Tive a sensação boba de que somos duas pessoas embriagadas pela juventude com direções diferentes e objetivos que esbarram pouco no universo do comum. E que tanto eu quanto você buscamos a diferença que faz o detalhe. Vigorosos, essa força da juventude, muito ingênuos e quase inteiros, apenas alguns raspões de quem já se deixou magoar, de quem já chorou um grande amor. Não somos tão fortes como deveríamos. Quem suporta e vence a dor, é quem é treinado para isso. E eu não quero ser. Preciso do furacão. Deixo a beleza da disputa para os atletas. E percebo que viver não é tão difícil ou complicado. E não vale medalha.Desapontado eu diria e eu deveria estar acostumado, mas essa idéia – me acostumar – me irrita um pouco e faz com que as unhas sejam roídas, porque me acostumar com alguma atitude, ou com a ausência de atitudes significa me acomodar com o que me é oferecido. E acomodações, afetivas eu reforço, me parecem tão absurdas quanto artificiais. Então, perdoe a falta de tato, perdoe se explodo em frases flechas com destinos traçados, se não percebo o momento de falar, eu que sempre agi educadamente a cada ausência, a cada pequeno não, a cada grandioso maremoto causado por um sorriso que você não deu, é que o momento – e cada um percebe o seu, cada um sente o seu e não há ritmo que impeça o sentir, não há etiqueta que resista aos sentidos, não há fogo que não queime se provocado – me diz que é hora de arrumar as malas e ser mais do que essa frase que parece de efeito e no fim, é! Porque todo efeito me coloca em movimento e é no movimento da vida que eu tenho sim, uma certeza. Ainda que pareça crua, ainda que me doa fisicamente e me arranque noites da cama, ainda que me transforme novamente em alguém sem rumo e sem palavras, eu tenho uma, que significa milhares e eu nem buscava por ela. Uma certeza.Assim tão displicente. Assim sem perceber que dividindo a gente soma. Esse pequeno óbvio que reluz aos meus olhos feitos descoberta rara. Chega de raso. Busco a serenidade do um mais um. Busco o suficiente. E é nessa busca que nos distanciamos em estrada e interesses. Assim tão eloqüente. Feito um vicioso círculo de onde eu sempre digo adeus e para onde eu sempre retorno consciente. Te escrever me pareceu delicado, mas hoje dispenso delicadezas e sinto violento, escrevo tão intenso que meus dedos vacilam a letra digitada. Posso te dizer sobre mim ao escrever. Que vez ou outra eu travo no real. A voz some, o olhar não alcança, as palavras voam feito folhas no outono. Mas o momento é de voz forte, olhar decidido.Desapontado. Mesmo no meio da mais cinza tempestade, a gente tem sempre o pensamento de que ela vai passar, de que o sol vai chegar, de que ela vai embora como ciclo que se fecha e se abre.Sinto que devo seguir. Levando na bagagem filmes, histórias, pensamentos. Levando música. Levando lembranças de gente que eu não quero perder, leveza para acalmar corações e eu não mais me habituo ao que não me agrada. Seria mentir para mim. Seria ser outra pessoa.Eu te levo comigo por onde eu passar, essa certeza é um sopro que te deixo. Levo com amor de um coração que foi tocado por outro coração. Levo como tesouro precioso de quem aprendeu e ensinou. De quem se perdeu e não se encontrou. De quem mudou os objetos de lugar e estranhou. Esse desfecho não é o ideal. Mas estou em busca e o meio do caminho, encontrei uma certeza. Nossa história não termina. Ela prossegue. Obrigado pelo quase. Perdoe pelo definitivo...

... essa é uma das muitas memórias, que juntos vivemos... Tiago Trentini

2 comentários:

  1. Quanto narcisismo comentar no próprio blog, mas como o texto não é meu comentarei...
    Quero agradecer eu meu grande amigo Tiago pelo contribuição.
    Como sempre teus textos ótimos, com palavras difíceis...rsrs
    Os textos do "meu tiago".
    Cria vergonha e faz um blog pra ti, mas nunca esqueça do Memórias, venha sempre contribuir.

    Konnichiwa

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  2. Mari, acho que to começando a "virar" gente grande, porque mesmo o texto contendopalavras dificeis como tu mesma disse acima, eu consegui entender tudinho, rsss.!! Cara juro que me toco ler isso, senti até um certo saudosismo de algumas coisas aqui, de algumas pessoas, rs, acho que deu uma certa saudade do que nao aconteceu.. quer exemplos? bom, pense nas conversas ,nas baladas, nos jantares, rs, em tudo que nao fizemos juntas soh porque alguns kilometros nos distanciam =/.. da até uma certa inveja o texto porque, tu sabes bem que eu gostaria muito de ter tido pessoas como vc, e como "aquela" (q vc sabe kem é rs) por perto..amigas comoo voces fazem falta no dia-dia.. tenho certeza que teriamos uma ligaçao muito forte, afinal, 4 anos, e kilometros de distancia,voces ainda me suportam,hauahuahauhaua, penso que se o destino tivesse nos dado a oportunidade de termos morado na mesma cidade, ou cidade vizinhas, para vivermos tudo isso ao vivo, seriamos mais proximas que sardinhas enlatadas, hauahuahauahuaua, agora, brincadeiras à parte, o texto é lindo,realmente seu amigo escreve MUITO bem, pelo que vi, te ama demais... e vc, considere-se de muita sorte! ;)

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